segunda-feira, 28 de abril de 2008

Senhor Rei dos Rouxinóis


Ó irmão! Nem todo mar tem pérolas; nem todos os ramos florescerão, tampouco sobre todos cantará o rouxinol. Antes, pois, que o rouxinol do paraíso místico se recolha para o jardim de Deus, e os raios da manhã celestial retornem ao Sol da Verdade, faze um esforço para que, nesse monte de pó que é o mundo mortal, possas aspirar, quiçá, uma fragrância do jardim eterno, e viver para sempre à sombra dos habitantes dessa cidade


(Bahá'u'lláh, Os Sete Vales)



Amado Rei dos Rouxinóis, hoje, o oitavo dia em que nosso coração se recolheu no jardim da Tua presença, venho Lhe depositar junto com as rosas do meu amor, um suplica pelas nações indígenas do planeta Terra, e especificamente, pela nação indígena Guarany-kaiowá, uma nação á quem havia sido confiada como guardiã, as matas e animais de grande parte da América...

Hoje, as nações indígenas desta terra, estão sendo constantemente violadas por toda espécie de indignidade, e atacadas pela fome – " os herdeiros da América – acuados no final do beco de uma estrada, expulsos de todos os lugares na terra do boi e da soja, uma terra cuja imagem é vendida ao mundo como o paraíso das grutas naturais, dos rios translúcidos e do Pantanal, de fartura e alegria, é manchada pelo sangue de dezenas de crianças indígenas mortas – não de uma epidemia cruel ou qualquer assassino letal – mas pela fome. Simplesmente pela fome. A mais lenta e dolorosa maneira de se matar um ser vivo. Ressecando junto com veias e artérias a dignidade, o a amor próprio, a fé e a esperança de todo um povo."

"Mas por trás disso tudo tem outras histórias de anos de submissão, de orgulho quebrado, de alto estima pisada... Tem uma história de uma história perdida no tempo, de um orgulho coletivo ferido, de referências culturais perdidas... Onde estarão meu Deus, os campos livres, as caçadas, os regatos límpidos, os rituais, o direito a espiritualidade, as conversas com os espíritos da terra, as noites de luar... Em que momento o tempo dobrou a terra e retirou dela a doçura, a ternura, a liberdade? Em que dobra terá ficado esquecido as brincadeiras dos jovens e das crianças? A alegria, a paz... Cada morte em área indígena, estando o índio a frente ou atrás da arma, sinto-me mortalmente ferida. Mas arranco a flecha do meu coração e prossigo, por que eu tenho fé, mais que isso, eu creio com todas as minhas forças, que todos nós, podemos reconstruir o mundo, para que ele possa voltar a ser o lar de todos os seus povos... Por que creio ainda em uma terra-jardim, onde cada flor será um ser humano, diferente, colorido, diverso.... "

Senhor, Rei dos Rouxinóis, Amado Pai de todos os povos da Terra... Junto com as rosas que hoje lhe trago, trago também as lágrimas e sorrisos, a esperança e a fé, do Teu povo, Indio, Rosa Vermelha do Teu Jardim.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Quinto Dia e Quinta Noite ouvindo o cantar do Rouxinol



Ó meu irmão! Dá o passo do espírito e assim tão veloz como um abrir e fechar de olhos, poderás transpor as solidões do afastamento e da desolação, alcançar o Ridván da eterna reunião e, em um só sopro, comungar com os Espíritos celestiais. Pois com pés humanos não podes esperar jamais atravessar essas desmedidas distâncias, nem atingir teu objetivo. Paz esteja com aquele que for guiado pela luz da verdade, para alcançar toda a verdade, e que, em nome de Deus, se mantiver firme no caminho de Sua Causa, nas plagas da verdadeira compreensão.
(Bahá'u'lláh, Kitab-i-Iqán - O Livro da Certeza)


Levanta-te e proclama à criação inteira as novas de que Aquele que é o Todo-Misericordioso dirigiu os passos para o Ridván e ali entrou. Guia o povo, pois, ao deleitável jardim que Deus fez o Trono de Seu Paraíso. Nós te escolhemos para seres Nossa mais poderosa Trombeta, cujo toque há de assinalar a ressurreição de toda a humanidade.


Dize: Este é o Paraíso sobre cuja folhagem o vinho da expressão imprimiu este testemunho: "Quem estava oculto dos homens revelou-se, cingido de soberania e poder!" Este é o Paraíso, o farfalhar de cujas folhas proclama: "Ó vós que habitais os céus e a terra! Apareceu o que jamais havia aparecido. Aquele que, desde a eternidade, ocultara Sua Face da vista da criação, veio agora." Do sussurrar da brisa que sopra entre seus ramos, surge a exclamação: "Aquele que é o Senhor soberano de todos, torna-se manifesto. O Reino é de Deus." Enquanto das águas que aí manam, se pode ouvir o murmúrio: "Todos os olhos se alegram, pois Aquele que por ninguém foi visto, Cujo segredo jamais se descobriu, levantou o véu da Glória e desvelou o semblante da Beleza."


Dentro deste Paraíso, e das alturas de seus mais sublimes aposentos, exclamaram as Donzelas do Céu: "Regozijai-vos, vós que habitais os reinos do além, pois os dedos d'Aquele que é o Ancião dos Dias tocam o Sino Excelso, em nome do Todo-Glorioso, no próprio coração dos céus. As mãos da generosidade ofereceram o cálice da vida eterna. Aproximai-vos e sorvei até vos saciardes. Apreciai o sabor, ó vós que sois as próprias encarnações do anelo, vós que sois as personificações do desejo veemente!"


(Bahá'u'lláh, Selecao dos Escritos de Baha'u'llah)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Quarto dia e noite no Jardim da Presença do Amado




Hoje é o quarto dia, em que o pássaro do nosso espírito, se encontra no Jardim do Ridván, na presença do Bem-Amado dos Mundos... do Rei dos Rouxinóis, dAquele que é o Rouxinól e ao mesmo tempo a Rosa, que é o Amor e o Receptáculo do nosso amor...

Estar no mesmo jardim que o nosso Bem-Amado... Como ficar triste pensando em um lugar assim? temos que nos manter acima das provações do mundo e dentro do jardim da presença do Amado. Essa é a nossa proteção contra os difíceis tempos da separação do mundo com seu Criador, do distanciamento dos seres com o Objeto da Iluminação de todas as criaturas...
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"Apressa-te, ó meu irmão, para que nossos lábios provem a poção imortal enquanto ainda houver tempo, pois o alento da vida, que ora sopra da cidade do Bem-Amado, não poderá durar e a copiosa corrente das palavras santas haverá forçosamente de parar; nem poderão os portais do Ridván para sempre se manter abertos. Dia virá, seguramente, em que o Rouxinol do Paraíso terá alçado vôo de sua morada terrena para o ninho celestial. Então, sua melodia não mais se fará ouvir, nem a beleza da rosa será realçada. Aproveita, pois, o tempo, antes que finde a glória da primavera divina e a Ave da Eternidade haja deixado de cantar Sua melodia, para que teu ouvido interior não se prive de escutar o Seu chamado. É este Meu conselho a ti e aos amados de Deus. Quem quiser, que a Ele se dirija; quem não quiser, que se afaste. Deus, em verdade, é independente dele e daquilo que ele possa ver e testemunhar. "


(Bahá'u'lláh, Kitab-i-Iqán - O Livro da Certeza)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Ridvan - Terceiro Dia




"Em 1863, o governo turco, atendendo pedido do governo persa, baniu Bahá’u’lláh para Constantinopla. Esta notícia causou grande comoção aos Seus discípulos. Afluíram à casa de seu Mestre para hipotecar sua solidariedade e demonstrar seu desapontamento. A família viu-se forçada a acampar por doze dias no Jardim de Najíb Pashá, nos arredores da cidade de Bagdá. Foi durante estes doze dias (21 de abril a 2 de maio de 1863), dezenove anos após a declaração do Báb, que Bahá’u’lláh deu a vários de Seus adeptos as boas novas de ser Ele o Prometido de todos os Profetas do passado. Aquele jardim onde se consumou tão eloqüente proclamação veio a ser então conhecido pelos bahá’ís como O Jardim do Ridván e aqueles dias passaram à história como O Festival do Ridván, anualmente celebrado em cerca de 125 mil localidades onde residem bahá’ís."

Hoje, terceiro dia do Festival do Ridvan.

A intoxicação de Tua Presença, ó Bem-Amado de todos os mundos, me enlevou e se apoderou de mim.
(Bahá'u'lláh, Selecao dos Escritos de Baha'u'llah)


Em 1863, no jardim de Ridván, em Bagdá, um nobre persa, chamado Mírzá Husayn 'Alí, conhecido como Bahá'u'lláh ou a Glória de Deus, proclamou-se Mensageiro de Deus, Aquele cujo advento o Báb anunciara a Seus seguidores. Ele próprio, um dos primeiros discípulos do Báb, havia sido despojado de todos os bens e confinado numa masmorra em Teerã, até o banimento para Bagdá. Cumprindo-se incidentalmente algumas profecias das Escrituras, seguiram-se outros desterros: Constantinopla, Adrianópolis e, finalmente, Akká, de cuja prisão Ele proclamou-Se e promulgou Sua mensagem por cartas aos governantes da terra, instando-os a que abandonassem seus preparativos bélicos e se voltassem para Ele, e vaticinando sua ruína se não atentassem Seu pedido. A queda de vinte monarquias daí em diante foi testemunho inexorável do poder de Sua palavra. Seus escritos totalizaram aproximadamente cem volumes, muitos dos quais em resposta a perguntas individuais. Faleceu em 1892, ainda virtual prisioneiro, tendo designado Seu filho mais velho, conhecido como 'Abdu'l-Bahá ,o Servo da Glória, para Seu sucessor e intérprete de Sua palavra.

('Abdu'l-Bahá, Palestras de Abdu'l-Bahá)

terça-feira, 22 de abril de 2008



"Ele é o Rei, o Onisciente, o Sábio!"Querido Rei... Esta é a terceira noite que passo aqui, nos jardins do paraíso.... No tempo em que "todas as coisas foram submersas no mar da purificação".... Sentei-me, em um canto mais escondido, em frente a Sua tenda... Tudo o que desejo, é que saiba que estou aqui, feliz com Tua presença nesta Terra... Todo o meu ser vibra com a grandeza desse amor que surge em meu coração.... Ah, como Te amo, meu Rei, meu Rouxinól do Paraíso...Do lugar onde me encontro, oculta pelas milhares de rosas que depositaram em frente a Sua tenda, posso ver o espirito de todos os que Te amam, pararem estupefatos, a ouvirem as melodias de Sua voz... Meu amado também esta entre aqueles que Te amam apaixonadamente... Posso vê-lo, extasiado ante a entrada de Sua tenda, uma chama de fogo a arder com o amor por Ti... Fico tranquila e tranquilizo o meu coração.... Sempre poderei visualizar o meu amor aqui, em peregrinação ao Teu Jardim de Rosas, encantado perante a beleza das Tuas melodias, apaixonado, um louco enamorado por Ti...Eu te amo, ó Senhor, Rei dos Rouxinóis...Sou sua, corpo, alma, coração, consciência, mente e espírito...Vim aqui esta noite de luar, esta noite clara de amor, para te trazer essa rosa, essa linda rosa amarela, colhida diretamente do jardim do meu coração, e essa outra rosa, rubra de sangue do meu amor por Ti.Seu paraíso, esse jardim é o meu lugar, o meu verdadeiro lar... Amo-te, Rei de todos os pássaros... Rei de todos os corações... Aquele que é ao mesmo tempo o Pássaro e a Rosa. O Coração e o Amor.Permita-me ficar um momento aqui... escutando a canção da Tua vida, olhando os Teus amados.. Com Tua luz, a Te amar, para sempre.